Uma fonte tipográfica, ou apenas fonte, é um conjunto de caracteres tipográficos com o mesmo desenho ou atributos e podendo também ter o mesmo tamanho. As fontes podem representar letras, números ou símbolos e são armazenadas em ficheiros, contendo informações sobre as suas características físicas que determinam a forma como serão visualizadas no ecrã e a forma como serão impressas em papel. Cada fonte é identificada por um nome próprio e classificadas de acordo com a sua família. Sendo assim, uma família tipográfica é um conjunto de fontes que têm as mesmas características estilísticas elementares, no entanto podem ser representadas com variações de largura, altura, espessura e de outras características.
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Fig.1 Família tipográfica com serifa (Times)
e família tipográfica sem serifa (Hélvetica). |
Existem duas grandes famílias, que são as famílias tipográficas com serifas e as famílias tipográficas sem serifas, que constituem o principal sistema de diferenciação de letras. A principal diferença entre elas é que as letras com serifas têm pequenos traços e prolongamentos no fim das hastes de cada letra, sendo mais usadas em blocos de texto, visto que as serifas tendem a guiar o olhar através do texto; enquanto que as letras sem serifas não têm esses prolongamentos, motivo pelo qual são usadas em títulos e chamadas, visto que, ao contrário das famílias tipográficas com serifa, estas valorizam cada palavra individualmente, tendo assim um maior peso e presença para os olhos por parecerem mais "limpas". As duas famílias mais conhecidas que representam cada tipo são o Helvética e a Times (Fig.1).
Características das fontes
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Fig.2 Representação de fontes com caracte-
rísticas distintas e com os vários estilos. |
Cada tipo de fonte contém um determinado conjunto de características, tais como: o desenho, o tamanho, o espaçamento e a largura dos seus caracteres, assim como os estilos, entre eles: o itálico, o negrito e o negrito itálico. (Fig.2) A unidade de medida do tamanho de uma fonte é o ponto (pt), ou seja, aproximadamente 0.3528mm. Existem apenas dois tipos de fontes:
bitmapped e escaladas
e são utilizados para reproduzir um determinado texto no ecrã ou na impressão. Estes tipos de fontes são semelhantes em termos de concepção relativamente ás imagens correspondentes: imagens bitmap e vectoriais.
Fontes bitmapped
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Fig.3 Representação de dois tipos de fontes
bitmapped: Courier e MS Sans Serif, respectivvamente. |
Este tipo de fontes são armazenadas como uma matriz de pixéis, o que representa uma desvantagem, pois ao serem ampliadas perdem qualidade. Se uma impressora não suportar este tipo de fontes, estas não podem ser impressas, pois são concebidas com uma resolução e um tamanho específicos para uma impressora específica. Existem assim cinco fontes
bitmapped: Courier, Small, MS Sans Serif, MS Serif e
Symbol.
Fontes escalada
Este tipo de fontes são definidas matematicamente e podem ser representadas em qualquer tamanho, ou seja, ao contrário das fontes
bitmapped, estas podem ser ampliadas ou reduzidas sem perder a qualidade das suas formas. Estas fontes contêm a informação necessária para permitir construir os seus traços através de linhas e curvas que ao serem preenchidas apresentam um aspecto de formas continuas. Para este tipo de fonte existem apenas três fontes:
Type 1, TrueType e OpenType.
Type 1- foram desenvolvidas pela Adobe, sendo o formato nativo do
PostScript, ou seja, foram dimensionadas e concebidas, cumprindo padrões específicos de qualidade que foram estabelecidos na indústria gráfica, para trabalhar com dispositivos
PostScript, tais como impressoras. As informações são guardadas em dois tipos de ficheiros: o PFB, que contém a informação relativa aos contornos dos caracteres, e o PMF, que contem informações relativas à métrica da fonte impressa.
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Fig.4 Representação de dois tipos de fontes
escalada do tipo TreuType: Baramond e Bitstream Vera Sans Mono.
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TrueType- foram criadas pela Apple e, posteriormente, a Microssoft também contribuiu no seu desenvolvimento, concorrendo desta forma com as fontes desenvolvidas pela Adobe. Cada fonte contem o seu próprio algoritmo capaz de converter as linhas de contorno em
bitmaps, sendo assim, são fontes que podem ser ampliadas ou reduzidas sem perder qualidade e são impressas como aparecem no ecrã. Como este tipo de fontes não é compatível com o código
PostScript, é necessário uma conversão para fontes
Type 1, causando assim uma desvantagem, visto que a impressão fica mais lenta e com alguns erros. As suas informações são guardadas num ficheiro com extenção TIF, e como exemplo deste tipo de fontes temos a Baramond ou a Bitstream Vera Sans Mono.
OpenType- este tipo de fonte é uma "ponte" entre as fontes referidas anteriormente, pois foram criadas pela Microssoft e pela Adobe com o objectivo de melhorar a portabilidade e a independência dos documentos entre diferentes plataformas, sendo fontes legíveis e transparentes em todos os tamanhos e compatíveis entre
Macs e
Windows. Como exemplo, temos as fontes
Arial, Times New Roman, ou
Courier New.
Tipos de Letra
Times New Roman- como referido anteriormente, é uma família tipográfica serifada que foi criada em 1931 e, actualmente, é um dos tipos de letra mais conhecidos e usados muldialmente, pois possui uma excelente legibilidade, permitindo a sua utilização em todo o tipo de documentos. O seu criador original foi Victor Lardent, que foi aperfeiçoando os seus desenhos durante um longo periodo de tempo até chegar ao resultado final que hoje conhecemos, e possui esse nome, pois foi criada para o uso do jornal "Times" e é uma releitura das antigas tipografias clássicas, "New Roman".
Garamond- tal com a
"Times New Roman", a
Garamond também é um dos tipos de letra mais conhecidos e usados mundialmente. Foi criada em 1530 pelo francês Claude Garamond, que deu assim origem ao nome do tipo de letra. Actualmente, é alvo de várias derivadas, no entanto, as famílias tipográficas inspiradas na
Garamond diferem da original em vários aspectos ligados ás suas características. A maior parte destas versões encontram-se disponíveis para computadores digitais e, tal como a
"Times", é muito utilizado na composição de texto corrido por possuir uma boa legibilidade.
Arial- como já analisamos, é uma família tipográfica sem serifa que foi criada em 1982 por Robin Nicholas e Patrícia Saunders no Reino Unido. É uma fonte padrão, ou seja, possui um conjunto de fontes derivadas da Arial Regular, ou apenas "Arial". A Arial é alvo de várias críticas entre os designers gráficos, visto que surgiu para concorrer com a fonte Helvetica, considerando-na assim como uma "cópia inferior da Helvetica", no entanto, elas são apenas semelhantes, pois apesar de ser inspirada no desenho da mesma fonte que serviu de inspiração para a Helvetica (Akzidenz Grotesk), a Arial possui alterações quanto á sua forma e espaçamento entre as letras, tornando-a mais legível nos monitores em diversas resoluções.
Papyrus- foi criada em 1982 por Chris Costello, que desenhou este tipo de letra todo à mão durante um periodo de meio ano. O objectivo de Costello era criar um tipo de letra com características da caligrafia usada há 2000 anos atrás, atribuindo-lhe toques próprios da caligrafia humana, tais como; arestas, curvas irregulares e altos traços hiorizontais, conferindo-lhe uma certa elegância. Tal como as fontes referidas anteriormente, a
Papyrus também possui uma variante, a "Papiro EF Alternativas", que possui poucas alterações relativamente à fonte de origem.